A contaminação dos nossos oceanos
De acordo com
dados fornecidos pela Organização das Nações Unidas, flutuam nos nossos oceanos
aproximadamente 13 000 objetos de plástico por quilómetro quadrado. As
correntes oceânicas espalham o plástico por todos os cantos do globo.
A parte mais
poluída do Oceano Pacífico tem sido chamada de "Grande depósito de lixo do
Pacífico”. Esta ilha de lixo criada pelo Homem está localizada entre a China e
os EUA. Tem cerca de 7,3 vezes o tamanho de Portugal.
Sabe-se que mais
quatro "ilhas de plástico" flutuam nos oceanos de todo o mundo,
estando prestes a tornar-se tão grandes como a primeira. Juntos, os cinco
depósitos de lixo flutuantes equivalem ao tamanho de um continente inteiro.
Infelizmente, o
plástico necessita de um longo período de tempo para se decompor. Este material
decompõe-se lentamente em pequenos pedaços. A vida marinha e as aves aquáticas
estão ameaçadas e milhões de espécies sofrem e morrem devido a situações de
estrangulamento ou asfixia causadas por pedaços de plástico. As partículas mais
perigosas são quase invisíveis e são consumidas pelos seres humanos através da
ingestão de peixe e mariscos.
É por isso que o
lixo plástico é o mais fatal para nós e para o planeta Terra. Em 2012, Boyan Slat,
um rapaz holandês de 17 anos, estava a mergulhar na Grécia e verificou que
havia mais sacos plásticos no mar do que peixes. Slat começou a pensar sobre o
que poderia fazer para ajudar a resolver este problema. Uma vez que o uso de
redes de pesca para remover os sacos de plástico seria muito caro para os
navios e perigoso para a vida marinha, pensou noutra alternativa. Propôs,
assim, a criação de uma estação de recolha de lixo em pleno oceano, que faria
uso das correntes oceânicas. As correntes marítimas levariam o lixo para uma
espécie de funil, no qual seria mais facilmente recolhido para ser, de seguida,
transportado até terra e reciclado. Este método não seria perigoso para a vida
marinha, uma vez que as espécies poderiam nadar para longe do funil.
Durante os seus
estudos na Universidade Técnica na Holanda, Slat desenvolveu esta ideia de
filtragem dos oceanos, de forma a torná-la ainda mais ecológica e económica.
Para isso, projetou uma rede ancorada de barras flutuantes, que, à semelhança
de funis gigantes, impeliam os detritos para plataformas de processamento, nas
quais seriam filtrados para fora de água e armazenados até poderem ser levados
para reciclagem em terra firme. As barras seriam colocadas junto das correntes
marítimas próximas dos locais onde as “ilhas de plástico” tendem a
conglomerar-se.
Estes depósitos de lixo flutuantes estendem-se por vários metros
abaixo da superfície da água. Assim, a maioria dos detritos de plástico à
deriva pode ser filtrada para fora da água. A vida marinha não está ameaçada,
dado que as espécies podem facilmente nadar sob a barreira. Graças à forma
afunilada das barras, os detritos ficam automaticamente presos na área de
recolha. Uma correia transportadora automática recolhe o plástico, usando uma
pequena quantidade de energia. De acordo com as previsões de Slat, o seu grupo
deve ser capaz de ter lucro apenas com a venda do plástico usado.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Agradecemos o interesse demonstrado. Todos os comentários construtivos serão publicados.